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O u seja, o problema não é a falta de dinheiro, mas o que os empreendedores precisam fazer para acessá-lo — como apresentar muitas ga- rantias, pagar juros altos e preencher muitos documen- tos e requerimentos. E isso tudo quando a empresa está buscando se consolidar no mercado e precisa de mais capital para conseguir crescer, contratar funcionários, inovar e melhorar sua gestão. A dificuldade de acessar o crédito disponível é maior quando o assunto são pequenas e médias empresas. Há uma assimetria de informações, isto é, uma diferença entre o que a empresa consegue comunicar ao banco e o que a instituição financeira exige para avaliar a capacidade da empresa de endividamento e o risco envolvido, inclusive na identificação do potencial do negócio. Os projetos são avaliados de forma bastante específica, mas em um grau que apenas grandes empresas conseguem dar conta. Isso é ainda mais crítico para o caso do BNDES e outros bancos públicos de fomento, onde a documentação exigida precisa cumprir mais exigências regulatórias por ser um banco público. Na comparação mundial sobre facilidade para acessar crédito, o Brasil também encontra-se em situação ruim: empresários brasileiros consultados pelo Fórum Econômico Mundial em 2017 colocam o país na 87ª posição de 132 países, reforçando a percepção de que algumas intervenções do governo e interferências em bancos públicos e setores específicos reduziram a previsibilidade da política, ampliando o sentimento de incerteza dos empreendedores. 03 ACESSO A CAPITAL Quando a empresa está iniciando as suas atividades ou crescendo de forma acelerada, o empreendedor nem sempre tem o capital necessário para investir de acordo com as necessidades do negócio. Não é à toa que a falta de recursos financeiros é apontada como um dos três principais desafios dos empreendedores brasileiros 20 . Paradoxalmente, há dinheiro para investir em negócios. O que ocorre é que nem sempre o acesso a esses recursos é simples ou alguns segmentos não são contemplados, como as médias empresas. 16