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Indice de Cidades Empreendedoras: Brasil 2014

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É importante notar que, como consequência das transfor- mações das variáveis e padronizações, os valores finais dos determinantes – e, portanto, dos rankings e do índi- ce final – são relativos. Por exemplo, o fato de Curitiba estar posicionada em primeiro lugar no determinante de "Infraestrutura" e ter recebido o valor 7,63 não significa que Curitiba está a apenas 2,37 (ou 10,00 - 7,63) de ter uma infraestrutura perfeita para incentivar a atividade empreendedora. Da mesma forma, Belém não está a 4,79 de ter infraestrutura completamente inadequada para empreendedores. Os valores recebidos pelas cidades nos determinantes indicam somente as posições relativas e o quão distantes da média das 14 capitais cada uma está. CONSTRUÇÃO DA MEDIDA DE PERFORMANCE EMPREENDEDORA Performance empreendedora é um conceito abrangente e pode ser definida de diversas maneiras, por exemplo, como geração de riqueza por empreendedores ou como o simples aumento do número de empreendedores e do auto emprego. O desafio de conceitualizar e mensurar performance empre- endedora é, portanto, semelhante ao de construir os deter- minantes da performance. Seguindo os frameworks de comparação de países, foram coletados indicadores de performance que pudessem re- presentar adequadamente três aspectos fundamentais: [1] a intensidade de atividade empreendedora no Brasil, medida tanto pelo número de empreendedores na população ocupa- da quanto pela criação e sobrevivência de novas empresas; [2] o desempenho econômico dos empreendedores, em par- ticular, do empreendedorismo de alto impacto; e [3] a capa- cidade de geração de riqueza e/ou empregos pela atividade empresarial. Coletamos diversos indicadores de performance e, após eliminar aqueles redundantes ou com problemas de medição, restaram oito variáveis, cujas descrições e fontes são encontradas adiante (página 93). No entanto, os indicadores representam dimensões por vezes bastante distintas da performance empreendedora e com - biná-los exige cuidado. Em particular, muitas das variáveis de performance coletadas têm correlação alta entre si. Por exemplo, o crescimento do número de empresas, a taxa de sobrevivência de empresas pré-existentes e a geração de empregos tendem a ser resultados dos mesmos processos econômicos, e, portanto, a estarem correlacionados, ainda que sejam medidas bem definidas e diferentes entre si. A Análise de Componentes Principais, já usada para o exame dos determinantes, foi aplicada aos indicadores de perfor - mance com o propósito de lidar com este problema. Na Análise de Componentes Principais o objetivo principal é representar um conjunto de muitas variáveis correlaciona- das entre si a partir de um conjunto menor de componen- tes que, por construção, não têm correlação entre si e sem que haja perda informações relevantes presentes nos dados (Bartholomew et al, 2008). Em outras palavras, com esta téc- nica podemos construir as dimensões – representadas pelos componentes – comuns aos indicadores e representá-los de maneira mais sintética. Se uma parte dos indicadores é forte- mente explicada pelo mesmo processo social ou econômico – expansão da economia e do consumo, por exemplo – é pro- vável que encontremos um componente que o represente. Do ponto de vista técnico, a Análise de Componentes Principais resulta em um conjunto de componentes que ex- plicam, em ordem decrescente de importância, exatamente a mesma variação dos dados explicada pelos indicadores ori- ginais. O primeiro componente é o que tem maior poder de explicação da variação e o último, o menor. O gráfico abaixo, proveniente de um exemplo hipotético, ilustra como as vari- áveis estão arranjadas em torno dos dois primeiros compo- nentes de uma Análise de Componentes Principais. Exemplo de Ilustração de Análise de Componentes Principais 3 11 10 6 14 5 7 8 12 1 13 4 2 9 -0,6 -0,4 pmges3 novos empregos qualidade novos empregos aumento da produtividade sobrevivência densidade empregador salários -0,2 0,0 0,2 0,4 -0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 -4 -2 0 2 -4 -2 0 2 PC2 PC1 92

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