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Indice de Cidades Empreendedoras: Brasil 2014

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Para o conjunto de indicadores de performance empre- endedora escolhidos para este estudo, os três primeiros componentes explicam sozinhos aproximadamente 85% da variação total do conjunto. Ou seja, com a aplicação da Análise de Componentes Principais obtemos três variáveis totalmente não correlacionadas entre si e que resumem de maneira adequada os indicadores de performance. A medida final de performance adotada na preparação do ranking final, portanto, consiste na combinação simples desses três componentes padronizados: Performance_x = Componente_1' + Componente_2' + ... + Componente_k' Performance_x' = (Performance_x – Média (Performances) / Desv.pad (Performances)) + 6 Dessa forma, todo o conjunto de variáveis de performance é condensado em uma única análise estatística, o que tem a vantagem de prescindir de um framework conceitual es - pecífico para sua elaboração – o que, diferente dos deter- minantes, ainda não é amplamente analisado na literatura hoje existente. Vale notar que, para os dados utilizados, o indicador de performance empreendedora obtido está altamente correlacionado com um indicador criado a par- tir da soma simples de todas as variáveis contempladas. RANKING FINAL DE CIDADES E PESO DOS DETERMINANTES Um aspecto complexo e controverso na elaboração de rankings é o estabelecimento de pesos para cada um de seus elementos. Há rankings nos quais simplesmente não há pesos para variáveis. Há outros nos quais especialis- tas são consultados para, com base em sua experiência, estabelecer pesos arbitrários para os indicadores. A deci- são adotada para este estudo foi utilizar pesos obtidos a partir das correlações entre performance empreendedora e seus determinantes. Os pesos adotados são, portanto, resultado de avaliação empírica. A arbitrariedade fica li- mitada, assim, à forma de calculá-los e não depende da visão da Endeavor Brasil, de especialistas ou de trabalhos anteriores sobre as relações entre os determinantes e a performance empreendedora, ainda que tenham produzi- do resultados difundidos e defensáveis na literatura. O pressuposto fundamental desta operação é que há uma relação causal entre performance empreendedora e seus determinantes. Esse é o ponto de partida do framework da Endeavor Brasil e das demais ferramentas adotadas por organizações e consultorias internacionais. Cidades com bom desempenho nos determinantes devem, as - sim se espera, ter um resultado positivo na performance empreendedora. Idealmente, haveria informações sobre diversas cidades brasileiras e seria possível estimar com mais precisão as relações entre determinantes e performance empreende- dora. Contudo, ao se escolher apenas 14 cidades, limita-se a capacidade de obter a partir dos dados pesos precisos. Não é possível, por exemplo, aplicar técnicas básicas de regressão linear para estimar coeficientes parciais que re- presentem a relação entre a performance empreendedora e suas causas. Diante da limitação do número de cidades, a opção foi construir pesos diretamente a partir das correlações entre cada um dos sete determinantes apresentados no framework e a medida performance obtida com os com - ponentes da Análise de Componentes Principais. O risco neste procedimento é obter correlações negativas, entre -1 e 0, ou mesmo pesos nulos, para representar equivoca- damente relações que, pelo menos em teoria, deveriam ser positiva. Na formulação dos pesos para os determinantes, decidiu- -se, portanto, construir pesos que variariam sempre entre números positivos, maiores que 1 e menores que 2, e que fossem uma função da correlação com a medida de per- formance. A transformação linear das correlações entre 1 e 2 produz pesos que atendem as estes critérios. O cálculo dos pesos é, assim, bastante simples: subtraímos de cada correlação o menor valor entre todas as correlações e divi- dimos o resultado pela diferença entre o maior e o menor correlação, segundo a fórmula abaixo: peso = corr(determinante, performance) - min (corr) / max(corr) - min (corr) Os pesos obtidos dessa forma são números racionais e, na maior parte dos casos, contém diversas casas decimais. Como as correlações são estimadas com dados de poucas cidades, é indesejável ter pesos que podem, por exemplo, variar demasiadamente entre anos. Para tornar os pesos mais estáveis e, consequentemente, reduzir a sensibili- dade do ranking, optou-se ao final por limitar os pesos a apenas três valores possíveis -- 1, 1.5 e 2 -- obtidos por uma 93

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